sexta-feira, 15 de março de 2013

Nunca Mais...

 
O CORVO
(de Edgar Allan Poe/ trad. Fernando Pessoa)


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais". 
 
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.


Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."


Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.


E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".


Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".


A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".


Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!


Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,

Libertar-se-á... nunca mais!

 
 

"Você diversas vezes repetiu que já havia perdido, em todas as vezes entendi que eu já havia ganhado..."

... Never more,
palavra enunciada a cada fim de estrofe, que ganha a cada vez um novo sentido.
Jakobson nos diz a seu respeito:
"dado o contexto do diálogo, este refrão significa a cada vez:
 
Você não a esquecerá nunca mais,
Você não se acalmará nunca mais,
Você não a beijará nunca mais,
Eu não te deixarei nunca mais" .
 
Cupcake de abacaxi
 
 
 
Ingredientes:
  • 100 g de coco ralado
  • 60 g de manteiga sem sal
  • 150 g de abacaxi cortado em cubos
  • 240 g de açúcar refinado
  • 240 ml de água
  • 1 lata de leite condensado
  • 240 g de farinha de trigo
  • 3 ovos
  • 2 colheres (chá) de fermento em pó
 
 
Modo de Preparo:
  1. Preaqueça o forno a 200 °C.
  2. Em uma tigela, misture o coco com a manteiga e reserve.
  3. Ponha o abacaxi em uma panela, adicione a água e o açúcar e leve ao fogo médio. Deixe ferver para reduzir. Reserve até esfriar.
  4. Uma vez frio, adicione o leite condensado, a farinha de trigo e os ovos ligeiramente batidos e misture bem.
  5. Adicione à mistura da tigela e acrescente o fermento, misturando até ficar homogêneo.
  6. Divida a massa nas forminhas e leve ao forno por 30 minutos ou até que esteja assada.
Decoração:
Chantili
rodelas de abacaxi cristalizado
 
Modo de Preparo:
Queime as rodelas de abacaxi com o maçarico e reserve-as. Espalhe o chantili sobre os cupcakes usando uma colher. Decore-os com as rodelas de abacaxi. (Não usei o maçarico porque não tenho, mas pode-se colocar o abacaxi sem passar pelo maçarico mesmo).
 
 
 
Chantili
 
Uso: cobertura ou recheio
 
Ingredientes:
  • 500 ml de creme de leite fresco
  • 50 g de açúcar
  • 2 colheres (chá) de essência de baunilha
Modo de preparo
  1. Coloque o creme de leite na tigela da batedeira e bata em velocidade alta até começar a encorpar.
  2. Adicione o açúcar e a baunilha e continue batendo, em velocidade média, até obter o ponto de chantili.
 
 

O meu amor


 
 
 

 
 
 
 
LOMBO NEVADO COM FAROFA (ou sem!)
 
 
 
Ingredientes:
  •  1 lombo de porco de 3 kg (eu usei um menor  e adaptei um pouco as quantidades)
  • 2 cebolas
  • 3 dentes de alho
  • 1 pires de cheiro-verde
  • 2 limões (suco)
  • 1/2 copo de vinagre (usei vinagre balsâmico)
  • 2 copos de vinho branco
  • sal e pimenta a gosto
Preparo:
Tempere o lombo de véspera com todos os ingredientes (inclusive o vinho). Asse com todos os temperos. Depois de assado, retire o molho da assadeira e reserve. Agora, faça o creme:
 
Creme:
  • 3 copos de leite
  • 6 colheres de farinha de trigo
  • 4 gemas de ovos
  • 2 colheres de queijo parmesão ralado
  • 6 colheres de sopa do molho do lombo
Preparo:
Leve todos os ingredientes ao fogo (exceto o queijo) e mexa sem parar, até formar um creme. Corte o lombo em fatias e intercale uma colherada de creme e uma fatia de lombo, uma colherada de creme e uma fatia de lombo, até formar o lombo completo novamente. Bata as 4 claras em ponto de neve e coloque por cima do lombo já formado. Salpique duas colheradas de queijo parmesão ralado e leve ao forno somente para gratinar. Para servir, não esqueça da farofa! Eu esqueci! Não fiz! rsrs
 
Farofa
  • 100 g de manteiga
  • 100g de bacon
  • 3 ovos cozidos
  • 100 g de linguiça de porco
  • 1 cebola picada
  • 1/2 lata de milho verde
  • 150 g de azeitonas verdes
  • farinha de mandioca crua
  • sal, pimenta e cheiro-verde a gosto.
Preparo:
Numa frigideira (ou panela), coloque a manteiga, o bacon e a linguiça, cuidando para não queimar. Adicione a cebola picada, o milho, as azeitonas e os ovos picados, mexendo sem parar. Por último, acrescente a farinha e os demais temperos, mexendo até dourar.