Apelidado de “ônibus
rosa”, e em um efeito que parece de dominó, foi aprovado também em
Curitiba um projeto que prevê a separação de ônibus exclusivamente para
mulheres em horários de pico.
O objetivo do projeto é evitar o abuso
sexual às mulheres em ônibus, trens e metrôs. Outros estados como o Rio de
Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, também optaram por esta medida para
evitar que alguns homens assediadores se aproveitem das superlotações nos
transportes públicos.
Medidas
como essa nos soam como um alívio em meio a tantas formas de violência a que
as mulheres são submetidas todos os dias, especialmente nas grandes cidades.
Mas seria essa a melhor solução para essa questão da violência contra a mulher?
Será
que o melhor não seria simplesmente que os homens respeitassem as
mulheres? Ou melhor, será que não seria
melhor ainda, se eu pudesse dizer, “que as pessoas se respeitassem”? Até o fato
de eu não dizer a segunda frase, e sim a primeira, já revela um tanto do
problema. Sabemos que, em geral, não são as mulheres que se aproveitam da
situação dos ônibus e metrôs superlotados para praticar o assédio. Se o fosse, haveriam
ônibus e metrôs “azuis” e não “rosa”? (E sem entrar no mérito da questão... Mas...As cores tem sexo?).
Projetos
como esse denunciam a maneira como a sociedade heteronormativa pensa, uma sociedade
que ignora as diferenças e que insiste em passar todas as pessoas por uma única
“fôrma”, ditando ainda que às vezes
sutilmente (como nesse caso) as maneiras como devemos nos comportar e ser. O
projeto dos “ônibus e metrôs rosa” não levou em conta as diversidades sexuais.
Como ficaria o caso de homossexuais? Teríamos que ter ônibus de outra cor
para se separar os homossexuais?
Isso lembra uma escola há muito tempo atrás, em
que a diretora não conseguindo dar conta de trocar as cortinas porque os alunos
as depredavam, optou por pintar as vidraças.
Essa
medida (separar homens de mulheres) é como a “pintura das vidraças”. Quando a escola faz a opção por pintar as
janelas, está dizendo na verdade que desistiu dos alunos, falhou na sua função
primordial que é a de agente educador e promotor de modificação das realidades.
“Pintar vidraças” ao invés de
insistir nas cortinas, é como tapar o próprio sol da vida daquelas crianças.
Não é só o sol que não entrará mais pelas vidraças, mas a própria oportunidade
de mudança de vida.
Apesar
de a mudança de paradigmas milenares (como são os relacionados a gênero) serem
muito mais difíceis de ser modificados, se nos contentarmos com medidas
"protetivas" que reafirmam a mulher como um ser frágil e incapaz de
se defender, e os homens como "predadores" e de instintos
incontroláveis, estaremos contribuindo para que se perpetuem e legitimem
comportamentos de violência contra a mulher como esses que acontecem nos ônibus e ruas das cidades.
Fico
tentando imaginar qual seria o próximo passo e lembro novamente das escolas por
ser um local privilegiado em possibilidade de mudanças. Quem sabe o próximo projeto
será voltarmos a separar as classes escolares por sexo. Ou melhor, talvez seja
o caso de separar as escolas, dividindo-as em escolas somente para meninas e
outras para os meninos.
Metade dos seres humanos tanto nos transportes
públicos quanto no mundo são de mulheres, e a interação sempre irá existir. Se
ingenuamente concordarmos com medidas como essa, correremos o risco de ficar
com cada vez menores possibilidades de ver a “luz do sol”
através das vidraças da vida.
Esta
lógica ainda denuncia a falta de políticas públicas efetivas de enfrentamento
ao machismo e a violência sexual contra a mulher. Não é coincidência o fato de
que países de cultura sabidamente machista (como Japão, Egito, Índia, Irã,
Indonésia, Filipinas, México, Malásia e Dubai) terem implantado esse tipo de projeto.
Não queremos um ônibus seguro e nem
uma sala segura especialmente para nós, queremos um mundo seguro. Um mundo
aonde existam valores de respeito pela dignidade humana, independentemente se
ela é do sexo feminino, masculino ou ainda, independente da sua opção sexual.
Sem se importar se é criança, adulto ou idoso. Não importando raça ou credo
religioso. Um mundo aonde em todos os espaços exista respeito, liberdade e
dignidade. E principalmente aonde possamos circular por todos os espaços sem
correr o risco de sermos violentados seja de que forma for, e o que é ainda
pior, de sermos culpabilizadas por isso.
Aceitar migalhas como se fossem
presentes de natal, é como impedir a mudança e nos conformarmos com o mundo
como ele está. É como pintar as janelas e desistir de transformar os
comportamentos violentos em outros de paz.
Referências:
·
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/10/vereadores-de-sp-aprovam-projeto-que-separa-vagao-para-mulheres.html
·
http://busaocuritiba.com.br/aprovado-projeto-cria-onibus-exclusivo-mulheres/
·
Agência
Patricia Galvão
·
R7 http://noticias.r7.com/sao-paulo/onibus-trens-e-metro-poderao-ter-espaco-so- para-mulheres-03102013
BRIGADEIRO DIET
Ingredientes
- 1 xícara e 1/2 (chá) de leite em pós desnatado
- 1 xícara de chá de água fervente
- 1 colher (sopa) de margarina light
- 2 colheres (sopa) de adoçante
- 3 colheres (sopa) de achocolatado diet
- 1/2 xícara (chá) de leite desnatado
- 25 g de chocolate ao leite diet ralado
- 50 g de chocolate granulado diet
Modo de Preparo
- Bater no liquidificador o leite desnatado, a água fervente, a margarina, o adoçante, o achocolatado e o leite desnatado.
- Colocar em uma panela e mexer, quando começar a ferver, acrescentar o chocolate ralado e mexer até soltar da panela.
- Deixar esfriar, fazer bolinhas e passar no chocolate granulado.